sábado, 10 de julho de 2010

A lenda do "Colecionador de Ossos"

A ecologia é um assunto muito comum em bares no dia de hoje. De fato, danos ao meio ambiente vêm sendo provocados há anos, e chegamos a um estado dito cataclísmico, em que tanto as mudanças atuais quanto as previsões futuras decorrentes de desequilíbrios são pouco mensuráveis. Essa é uma história que vem sendo contada em bares canadenses desde os anos 70.
Segundo os boêmios, Terrance LeBlanc, bom lenhador, vestiu sua camisa xadrez e colocou suas ferramentas na caminhonete, dirigindo-se ao posto de trabalho enquanto ouvia sua fita K7 do Rush.
A atividade madeireira próxima a colônias de castores já vinha provocando seus danos: Com grandes áreas desflorestadas, não havia material para construção de diques, o que impedia a alimentação de boa parte da população.
Voltemos ao nosso operário: o dia de trabalho foi comum. Cortou algumas achas durante a manhã, e às 11 horas, como de costume, saiu para o almoço, em que aconteceu algo não tão rotineiro assim. Whisky. Um dos seus colegas levou o famoso whisky (ilegal) produzido na região, algo mais ou menos parecido com gasolina. Terrance tomou algumas doses e, ao invés de voltar ao trabalho, encostou a cabeça em um tronco e dormiu.
Mesmo alcoolizado, ele acordou sentindo uma dor terrível nas coxas. Depois de ser resgatado - e da ressaca - ele depôs sobre o acontecido na delegacia local. Segundo o documento, uma criatura semelhante a um castor grande, aparentando muita ferocidade, estava terminando de roer o seu fêmur esquerdo, enquanto o direito já se encontrava amputado. De alguma forma, após terminar o serviço, a criatura apanhou as duas pernas e desapareceu na floresta. Mais duas testemunhas disseram ter visto um animal grande em alta velocidade pela floresta, além da constatação de sangue espalhado pela trilha.
A mídia publicou o caso como um terrível caso de agressão. Em algumas versões, eram acusados grupos de ambientalistas, enquanto em outras, a indústria de bebidas. A companhia madeireira chegou a ser indiciada. A promotoria sustentava que alguém do alto escalão havia ordenado o ataque para assustar funcionários beberrões, enquanto a descrição (pouco clara) do monstro castor seria associada à alucinações e cegueira devidas à intoxicação por metanol. No entanto, ninguém foi culpado por falta de evidências.
O lenhador continua vivo – e mutilado – até hoje, e em vão tenta levar sua história a público. Os veículos de comunicação se recusam. A parte curiosa da história omitida é que Terrance LeBlanc jura que, alguns meses após o incidente, seus ossos foram encontrados como parte estrutural de um dique de castores.
E a pergunta persiste: Pode a extração predatória de madeira levar ao desenvolvimento de castores antropófagos?


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

A lenda dos "Piratas DO MAR"

Sendo o evolucionismo conteúdo obrigatório no ensino médio, a viagem de Charles Darwin ao redor do mundo no Beagle é história bastante conhecida. Porém, muitos se esquecem de outros personagens por trás da publicação d’A Origem das Espécies, tratado científico que pode ser considerado como um dos mais influentes na ciência moderna.
O capitão Robert FitzRoy foi sem dúvida uma das pessoas mais influentes no trabalho de Darwin, sendo também um dos naturalistas da época, e grande entusiasta dos estudos da anatomia e medicina. É também o responsável por alguns dos textos mais enigmáticos revelados recentemente aos pesquisadores. Tratam-se de apêndices e notas não publicadas até hoje em nenhuma edição do livro, filtradas pelos primeiros editores e talvez pelo próprio Darwin por tratar de assuntos completamente inexplicáveis.
Após retirar o Beagle de Galápagos, o capitão observou uma estranha espécie de teleósteos perciformes (popularmente conhecidos como “peixes espada”), que pareciam ter membros superiores semelhantes a pinças de caranguejo, e membros inferiores próximos aos de sapos. Isso poderia indicar que a espécie teria habitado um terreno que foi alagado lentamente, de modo a se adaptar à vida marinha depois de terreno seco, o que pode ser considerado uma regressão evolutiva. A particularidade dos peixes é que pareciam rondar o navio, e não era possível pescá-los nem com rede.
A espécie foi omitida do livro de Darwin. Robert FitzRoy, que não conquistou fama com o trabalho, apesar da influência sobre este e o talento, se interessou pelo estudo da fauna do pacífico (nota: uma viagem de pesquisas não seria possível, já que exige uma grande quantidade de verbas e não produzia nenhum rendimento. A viagem do Beagle foi financiada pela grande fortuna herdada de Darwin). Já havia feito carreira política na Inglaterra, e em poucos anos acabou se estabelecendo como governador da Nova Zelândia.
Depois de deixar o cargo, passou poucos anos se dedicando à carreira de naturalista, fazendo o transporte de mercadorias entre o Oriente e a América. Boa parte dos mercadores, em grande parte contrabandistas, temiam a pirataria, e era comum a história sobre piratas que, em regiões com névoa, atacavam, saqueavam e fugiam sem que sequer fosse possível ver a embarcação. Naturalmente, uma hipérbole dos que passaram pelo terror do saque. Porém, um dos escritos mais chocantes da história, o capitão FitzRoy relata um ataque de estranhos répteis com aparência humana, que escalam as amuradas de navios sob a noite e a névoa, e jogam as mercadorias ao mar. A idéia de uma espécie inteligente que cobiçava mercadorias e um método frustrado de previsão do tempo levou o capitão à miséria. Alguns associam o texto à loucura que o acometeu nos últimos anos de vida (sofria de depressão e transtorno bipolar), enquanto outros associam a loucura às experiências vividas. Robert FitzRoy se suicidou em 1865, mas desaparecimento de cargas e mortes misteriosas nos oceanos são comuns até hoje. Os mais supersticiosos aderem a culpa a sereias, mas os mais experientes e vividos atribuem a peixes capazes de pensar e saquear, com espadas.


sábado, 9 de janeiro de 2010

A lenda do " Homem Canguru "

Ao contrário da idéia bastante popular do nome “Canguru”, registrado pela primeira vez como “Kangooroo”, vir de um erro de comunicação entre os aborígenes e os primeiros colonizadores britânicos a origem etimológica é o termo em Guguyimidjir, dialeto aborígene hoje em extinção, “Gangurru”, nome dado pelos nativos aos cangurus cinzentos comuns nas terras baixas australianas.
Uma das histórias mais populares entre os colonos ingleses nos primeiros anos da colonização foi a criatura a que os nativos chamavam de “Yargangu”, que pode ser adaptado ao português como “Canguromem”, ou Weregooroo nos registros da Austrália colonial.
Os índios aborígenes colaboraram muito para a disseminação da lenda sobre jovens que, temendo o ritual de iniciação, fugiram das suas famílias e acabaram por ser acolhidos em matilhas de cangurus. Os cangurus, como marsupiais, carregam os filhotes no chamado “marsúpio” nos primeiros meses após a gestação. Após ser carregado e amamentado como canguru, as crianças passariam a criar traços semelhantes aos do animal, assim como costumes. Essa nova espécie na verdade seria considerada como uma dádiva divina para proteger a terra.
Os primeiros marinheiros aportados, incluindo o próprio capitão James Crooke, que registrou a história em uma nota no diário de bordo, consideraram-na como meramente um mito popular.
Porém, na época em que foram implantadas as primeiras lavouras e criações de gado na Austrália, o mito passou de mito para temor popular após diversas mortes em circunstâncias misteriosas, em que camponeses foram encontrados mortos em áreas distantes, cercados por pegadas que lembrariam vagamente as de canguru e com marcas de espancamento.
Atualmente, considera-se que esses ataques viriam de rebeldes aborígenes em sua luta territorial, mas as circunstâncias de quase 60 mortes até hoje não puderam ser esclarecidas. O canguromem, durante o século XIX, passou de uma criatura lendária para quase um espectro, que inspirava medo nos colonos, e em todo o continente da Oceania, até o Vietnã, tendo sido inclusive citado pelo famoso escritor náutico polaco, radicado na Inglaterra, Josef Conrad em seu romance “The Shadow-line”, em que o jovem capitão, ao se deparar com a calmaria, a febre e a falta de medicamentos, diz a famosa passagem “They’re scared of death as living the horror of weregoroo’s specter haunt itself!”.



Pesquise também em outras referências(bibliografia parcial):
http://www.didjshop.com/stories/kandarik.html